Neco Vieira - À Serafina

 

Serafina era de tão fino trato
E pegou o relógio e seu retrato
E saiu pelos fundos da mansão.
Serafina me fez gato e sapato
E te conto fazendo um só relato
Ela fez um estrago no coração.
Serafina deixou-me um recado
Num papel amarelo amassado
Dizendo que foi sem direção.
Serafina nem sabia quem era
Não sabia nem se existira
A mulher que um dia fez-me paixão.
Serafina será que era fina?
Essa moça com cara de menina
Que me fez doente, sem noção.
Será que ela era boa gente
Será que era mesmo existente
A mulher que saiu da estação
A mulher que roubou meu coração
A mulher que mudou minha razão.