Diego Aquino - Camarim

 

Todas as manhãs quando acordo é assim
Tomo minha maquiagem e borro o meu rosto
Pinto um sorriso e finjo que estou feliz
E tento esconder por trás todo esse desgosto

Eu tento cumprir a existência de quem sou
Nesse palco só para arrancar alguns aplausos
Mas o fato ninguém sabe em meu camarim
Que fantasmas zombam do meu rosto de palhaço
Acendo as luzes, limpo o rosto
Desprendo os botões
Dos olhos deixo rolar as águas
Que molham o meu chão

Então me desfaço, mesmo constrangido
De toda essa roupa que esconde minhas feridas
Me exponho diante de espelhos sob essas luzes de alta voltagem
E descubro que na verdade é o teu amor que me constrange
Por me amar assim tão grande
Mesmo eu sendo um tão pobre pecador

E descubro que quando sou fraco
Você é forte em mim
E descubro o quão bom é ser
Aplaudido por Ti em meu camarim