Marcos Assumpção - Errante
Meu coração da cor dos rubros vinhos
Rasga a mortalha do meu peito brando
E vai fugindo, e tonto vai andando
A perder-se nas brumas dos caminhos.
Meu coração o místico profeta,
O paladino audaz da desventura,
Que sonha ser um santo e um poeta,
Vai procurar o Paço da Ventura?
Meu coração não chega lá decerto?
Não conhece o caminho nem o trilho,
Nem há memória desse sítio incerto?
Eu tecerei uns sonhos irreais?
Como essa mãe que viu partir o filho,
Como esse filho que não voltou mais!
Letras Marcos Assumpção