Lisandro Amaral - Contrariedades

 

Os campos estão vazios
E ventos não sopram mais
Na suaviade ondulada
Das coxilhas e parronais

Já sem gados e manadas
No pasto chora um rosilho
E a quietude manhãneira
Que um quero-quero feriu

E a quietude manhãneira
Que um quero-quero feriu

A sanga da várzea do salso
Foi cortando mansamente
Da água restou quimeras
Que morreram nas nascentes
E o velho posto do umbu
É tapera nas lonjuras
Só em silêncio um palanque
Testemunhando amargura

"Por certo,as contrariedades
Que florecem dos humanos
Apeiam nas horas tristes
Daqueles que aqui plantaram
Seguem silêncio o palanque
E eu, eu já nem sei de mim mesmo
Os campos,os campos estão vazios
E os homens seguem a esmo"

Como ter vida serena
Se não há uma imemória
Pra quietude vidas e glórias
Se o mundo anda avesso

Ninguém entende mais nada
E não sabem de si mesmo
Eu ando a buscar respostas
Ainda que eu ande a esmo

Eu ando a buscar respostas
Ainda que ande a esmo

A sanga da várzea do salso
Foi cortando mansamente
Da água restou quimeras
Que morreram nas nascentes
E o velho posto do umbu
É tapera nas lonjuras
Só em silêncio um palanque
Testemunhando amargura

Só em silêncio um palanque
Testemunhando amargura

Só em silêncio um palanque
Testemunhando amargura