Jari Terres - Homens e Chuvas

 

Faz dias que eu sinto esse vento norte
de inquieto e inconstante varrendo a paisagem.
A chuva se faz anunciar feito a sorte
quando são escassas aguada e pastagem.

João grande solito na varzea pousado
o gado se ajunta pra la do rodeio
cavalos nas sombras suando parados
e a estancia se apronta que vem tempo feio.

É escuro pro lado em que a chuva começa
e vem levantando esse cheiro de chão
o peão da invernada retorna com pressa
buscando o abrigo fiel do galpão.

(refrão)
O mundo estremece o trovão é quem canta
o raio recorta da tarde um pedaço
o campo se ajoelha o céu se levanta
e o vento da chuva reponta o mormaço
o céu se levanta e o vento da chuva reponta o mormaço.

Nas velhas que benzem tormentas e almas
com nacos de sal sobra um velho balcão
a fé se debruça o vento se acalma
e a chuva se amança molhando o rincão.

O homem levanta o chapéu e bombeia
o pasto rebrota e venteza denovo
e a chuva que chega na seca é feia
mas feita a esperança nos olhos do povo.

(refrão)
O mundo estremece o trovão é quem canta
o raio recorta da tarde um pedaço
o campo se ajoelha o céu se levanta
e o vento da chuva reponta o mormaço
o céu se levanta e o vento da chuva reponta o mormaço.
o mormaço.
o mormaço.