Franklin Mano - Crime Perfeito

 

Chamaram de crime perfeito
De fome de tigre
De garras de águia
De olhos de lince
De censo incomum universal

Pois não apareceu nas câmeras ultramodernas
Nem a imagem do corpo nem a réstia da sombra
Nem o movimento dos objetos
Nem a mudança da respiração termológica
Que modificou o ar

E a mídia surtou
Quando a tevê, a revista, a net e jornal
Não tiverem nem uma imagem ou som pra publicar
Editar, justificar, vender audiência,
Controlar a informação da melhor maneira possível
Pra poder lucrar...

Ele ludibriou a programação
As intuições de censores sem senso crítico sensorial
Ele brincou com a mídia
Como os bêbados brincam no carnaval
Sem limites, sem conceitos
A mercê de todos os riscos sem ligar
Sem limites, sem conceitos
Ele brincou com a mídia
E a mídia não teve o que publicar.