Derval Souza. - Andança No Sertão

 

Pensamento de homem e de menino
Andei pela vereda lá da caatinga
Bornal no ombro, água e não pinga
Ressequido pelo sol a pino.

Passada firme dos pés descalços
Sem descansar sobre a rachadura
Água não veio amenizar a secura
Nem lavar o suor dos meus traços.

Cheguei a nascente que morreu
Riacho que corria e secou
A chuva não caiu
O leito triste ficou, e eu chorei.

A tristeza invade meu coração
Vi magoada, triste e desfolhada
Vegetal a fonte de alimentação
E anoitecer da passarada.

Por muito tempo de tristeza sofrir
Foi só orando que eu me curei.
Ao lembrar do sertão por onde andei.
Pra esquecer as coisas que eu vi,