Defuntos - Velório Sombrio (A Visão da Tragédia, Capítulo 1 - A Verdade)

 

Na minha pele penetra o malogro de décadas nubladas
Visões perpétuas de sentimento embalsamados
Vibrações negativas isolam-me num mundo de Morte
A beleza serena?

Nesta gélida noite, antigas rezas ecoam
Ventos guiam-me para masmorras de negros sentimentos
? Calmo e irreal é o ambiente que me rodeia
Os ruídos da calema tornam-se distante? Cada vez mais distantes?

Esquifes servem o meu árido cadáver
O meu derradeiro abrigo nesta terra imunda
Velas sem chamas, velórios sem pessoas
Assim será fim? de uma vida penosa!

Lembranças coroadas em pedras monótonas
Apagadas de uma memória delicada
O seu véu preto, o jazigo do seu corpo e da minha esperança
As suas rosas e lemúrias em vão servirão? de desculpas!

Encontro-me deitado, sofrendo com vida?
Do caixão ergo-me, pálido e moribundo
Pálido e moribundo?

E todos os presentes olham-me estarrecidos
O meu nome será falado e conhecido por entre províncias? Como o Morto!