- Décima do Sorro
Décima do Sorro
Na tarde boca da noite, inventei uma caçada
Na costa de uma restinga deixei uma trampa armada
Para ver se ali caía um sorro nesta emboscada.
O tal sorro que eu queria já me era um desafio
Bicho pequeno que havia ele passava no figo,
Leitão, borrego e galinha roubava do pobrerio.
No outro dia bem cedo, primeiro cantar do galo
Apiei da minha cama e amuntei no meu cavalo
Fui ver se tinha caído na trampa o sorro que falo.
Tinha caído sereno, tava molhado o capim
Apanhar aquele sorro era uma honra pra mim,
Pra quem rouba da pobreza a gente tem que dar fim
Lhe chamam de sorro manso que de valde não se arrisca
Mas de longe eu vi o bicho meio engasgado na isca
Quando se sentiu das pata chegava soltar faísca
Mas o sorro é bicho esperto, raça de bicho ladino
Quebrou as garras da trampa, decerto o arame era fino
Embora de pata renga fugiu do triste destino
Mas eu como fui soldado na vali da disciplina
Fiz um cargo aproximado, fui lhe esperar numa esquina
Já ia saindo o sorro do meio de uma faxina
Eu larguei o meu cachorro, um pitoquinho colera
O sorro já ia longe passando numa porteira
Pra se pegar este bicho só tiro de boleadeira
Já meu pitoco chegava quase na cola do sorro
Quando o bicho perseguido deu um grito de socorro
Livrai-me senhor dos matos dos dentes deste cachorro
Fez volta e fez contra-volta, veio e entrou num buraco
De tanto correr o bicho eu já me sentia fraco
Quando chegou meu pitoco já fui tirando o casaco
Metendo a mão pela toca tirei ele pela oreia
Quantos crimes tu tens feito entre galinhas e oveia
Não foi por nada que Cristo não te botou sobrancelha
Nem assim o sorro véio nas garras de minha mão
Entregou a rapadura, gritou e pediu perdão
Me apelou pro sentimento e eu tive bom coração
Dei-lhe uma sova de laço com a tala de meu reio
Dizendo é pra que aprenda a não roubar o alheio
Comer criação dos pobre é um pecado dos mais feio
Larguei o sorro riscado mesmo que jaguatirica
Ele ouviu o meu conselho que pros demais aqui fica
Todo ladrão de respeito só rouba de gente rica.
Letras
- Timbre de Galo
A volta do Sorro Manso
Tenteando o Bico da Gansa
Queixo Duro
Companheira
Guasca
Meu Canto
Ronco da Oito Baixos
Rasga Cueca
O Quilombo Das Luzia
Galo Missioneiro
Bailanta do Tibúrcio
Décima do Sorro
Lobisome Esperto
Desde os tempos de Sepé
De guerreiro a payador
Gritos de Liberdade
Se Guasqueando Pros Dois Lados
Bagual
Herança Missioneira
Milonga
Guri Canoeiro
Amigo Pedro
Milonga do Pajador
Velha Gaita
Ressureição
Décima do Bico Branco
Rio Guri
Beleza Missioneira
Janelas da Liberdade
Milonga Para Uma Flor
As Pedras São Testemunhas
Trovador Negro
Pátria Colorada
Milonga Dos Ancestrais
Debulhando Milho
Baile de Cola Atada
O borracho
No Balanço da Morena
Quando Eu Abro Minha Cordeona
Deixa De Arte Nicolau
Pampa Livre
Lá No Baile Dos Três Nós
Campeando o Boi Barroso
Touro Roceiro
Surungo do Campo Fundo
Chimarrão À Dois
Cantador
Cantadeira
Desdobrando Um Chamamé
Achego
Tio Manduca Pescador
Três Bandeiras
Relato de Um Cantor Cego
Bem Me Quer
Chinoquinha Missioneira
Magia do Pantanal
Reflexões de quem anda
Nas Torrentes Dos Meus Versos
Entre Rios
Esperança Povoeira
Guitarreiro Ao Pé do Fogo
Fogo Morto
Guapeando
Momento Sério
Orgia Pampeana
Changueiro
Cantiga do Boi Destino
Milonga do Peão de Agora
Está Na Hora
Tiempo Adentro Y Campo Afuera
Nas Asas De Um Chamamé